Há uma seleção absurdamente vasta de filmes e documentários musicais disponíveis na Netflix, Hulu, HBO Go, e por aí vai. Mas é difícil saber quais realmente valem seus 100 minutos. O Watch the Tunes vai te ajudar a escolher qual documentário musical vale o seu tempo de Netflix and Chill todo fim de semana. A edição desta semana cobre Insane Clown Posse: Shockumentary, que está em streaming no Amazon.
Eu realmente adoro recomendar documentários para as pessoas aqui na Vinyl Me, Please, mas vou ser sincero por um segundo e admitir que mesmo os melhores que examinei aqui até agora não foram tão divertidos nem tão fascinantes quanto Insane Clown Posse: Shockumentary. Eu evito ao máximo usar hipérbole nessas colunas, então acredite em mim quando digo para se jogar na frente de alguma tela o mais rápido possível e ver essa verdadeira raridade musical. Tipo, se alguém não assistiu ao documentário do Marley eu diria "Poxa, esse foi bom! Você devia assistir!" mas a mistura de cápsula do tempo dos anos 90 e surrelealidade insana do Shockumentary é o tipo de coisa que merece um "Espera, O QUÊ?" e aí você faz a pessoa assistir com você porque é tão bom. Veja o trailer se não acredita em mim:
Vale a pena mencionar tudo isso porque, por mais que você saiba sobre a última década do ICP, Shockumentary volta tudo até 1997 quando eles ainda não tinham estourado nacionalmente. Acontece que, talvez não surpreendentemente, o ICP não mudou nada nas duas décadas desde que o filme foi lançado. Alguns artistas se orgulham de se adaptar aos tempos, se não tentar ditar novas direções, mas o ICP descobriu seu lance cedo e tem produzido exatamente o mesmo produto desde então. Eles saltaram completamente formados do crânio estourado de algum viciado em cola de parque temático como Atena fez de Zeus.
O lance com o ICP é que a total falta de preocupação que querem que você acredite que têm é igualada apenas pela quantidade de tempo e energia que gastaram sendo incrivelmente espertos em se promover. O Shockumentary funciona em parte como um modelo para qualquer aspirante a Juggalo sobre como curtir a banda. Pensando em fazer uma tatuagem legal do logo da banda? Aqui está uma sequência inteira de pessoas mostrando suas tatuagens para você saber que não vai estar sozinho lá fora ostentando um Hatchetman. Acha que as camisetas são legais? Aqui estão alguns jovens que possuem dezenas das camisetas impressionantes e olha só como são legais!
Em um momento, os cineastas ligam para um representante da Faygo e recebem uma citação sobre como a empresa de refrigerantes não quer ser associada ao grupo. De alguma forma, o ICP consegue fazer com que beber água com açúcar seja algo não muito distante de um ato revolucionário que te conecta aos outros fãs. O Shockumentary é tanto sobre os fãs quanto sobre a banda, e Violent J e Shaggy falam sobre isso de maneira bastante direta, dizendo, embora de maneira desajeitada, que são tão fãs de seus fãs quanto seus fãs são deles. Mais do que qualquer outro documentário musical, este examina mais diretamente as maneiras como as bandas e os fãs interagem, embora o grupo possa estar minimizando sua margem de lucro um pouco. Você não pode ter vários álbuns certificados como platina e ouro, esgotar shows em todo o país e depois cobrar $150 por uma camiseta de hóquei na barraca de merchandising (dinheiro dos anos 1997, e apenas em dinheiro vivo, informados pelo gerente de turnê com cara de nada) e depois tentar me convencer que estão mal se equilibrando. Mas tentam te convencer, não passar por isso, e o mais chocante é como conseguem dar brilho nessa porcaria de declaração. Esses caras podem ficar muito aquém do WWF como lutadores, mas sabem muito bem como não quebrar o kayfabe.
Tenho me interessado pelo ICP, de um ponto de vista de antropologia de poltrona, faz um tempo, e os documentários que vi até agora geralmente focam no festival anual Gathering Of The Juggalos, que já é bom o suficiente, mas falha em mostrar o grupo e seus fãs dos anos anteriores. O Shockumentary por outro lado, puxa algum tipo de truque mágico estranho reverso ao mostrar descaradamente a maneira como a banda construiu sua marca, transubstanciando o dinheiro suado dos fãs em camisetas e pôsteres, enquanto age como se não houvesse nenhuma prestidigitação acontecendo ali em primeiro lugar.
Chris Lay é um escritor freelance, arquivista e balconista de uma loja de discos que vive em Madison, WI. O primeiro CD que ele comprou para si mesmo foi a trilha sonora de 'Dumb & Dumber' quando tinha doze anos e, a partir daí, as coisas só melhoraram.
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